O Centro de Museologia, Antropologia e Arqueologia (CEMAARQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp (FCT), campus de Presidente Prudente, mantém em exposição no Shopping de Prudente (PrudenShoping), a mostra "Índio: Exemplo de Harmonia na Sociedade e na Natureza".

De acordo com a Funai, existem hoje, no Brasil, cerca de 217 povos indígenas, com culturas e identidades próprias. São aproximadamente 350 mil pessoas espalhadas em milhares de aldeias, falando mais de 180 idiomas diferentes. Os povos indígenas costumam entender a natureza em vista de sua interação com a ação humana e com o sagrado. Por terem consciência de sua dependência física e de seus vínculos com o meio ambiente, desenvolvem formas de manusear os recursos naturais que, de um modo geral, têm se mostrado fundamentais para a preservação da cobertura florestal no Brasil.

A arqueologia é a disciplina que estuda o modo de vida de comunidades antigas, que deixaram suas marcas nos chamados "sítios arqueológicos". Segundo dados do CEMAARQ, há mais de oito mil anos os índios chegaram à Bacia do Paranapanema. As tribos saíram da Patagônia (Argentina) entre outras localidades. Vieram em busca, principalmente de alimento.

A etnografia, por sua vez, estuda sobretudo a cultura de populações indígenas contemporâneas e a exposição visou mostrar para a população da região um pouco desta cultura e, principalmente o respeito que eles tinham e têm com a natureza e a vida em comunidade.

A exposição visou mostrar para população da região um pouco da cultura indígena e, principalmente, o respeito que eles têm com a natureza e a vida em comunidade. Foram expostos diversos artefatos indígenas, como colares, armas (flechas, machados etc.), cestarias, instrumentos musicais, adornos (braceletes, tembeté - utilizados nos lábios, presilhas etc.), estatuetas, pedras lascadas (com idade de cerca de sete mil anos), entre outros.

Todas as peças foram coletadas na região de Presidente Prudente em mais de 100 sítios arqueológicos, as quais referem-se a duas ocupações pré-históricas: uma de caçadores coletores mais antiga, que confeccionava artefatos de pedra lascada, e outra, de lavradores ceramistas mais recentes. Tais ocupações correspondem ao período de 1 mil a 7mil anos antes da presente data.

A exposição contou ainda com peças indígenas contemporâneas, trabalhos em madeiras, que são objetos utilizados no cotidiano e também em dias de festas e rituais feitos pela população indígena.

"Baseando na Campanha da Fraternidade deste ano (como tema os idosos), a exposição objetivou além de mostrar a grande vinculação do índio com a natureza, o seu respeito para com os mais velhos e para com as crianças", afirma a professora Ruth Künzli, responsável pela exposição.

Segundo a auxiliar acadêmica e uma das organizadoras do evento, Leonice Bigoni, o trabalho de resgate cultural é cuidadoso e trabalhoso. "Nós trabalhamos com informações. Quando somos informados pelos proprietários dos possíveis 'sítios', primeiramente vamos até o local para ter certeza. Fazemos uma prospecção do local, mapeamento e sondagem, que conta com o envolvimento, neste resgate cultural, vários profissionais, como geólogos, geomorfólogos e engenheiros cartógrafos, entre outros", comenta.

Esta exposição e de outros materiais arqueológicos são expostas permanentemente no CEMAARQ durante todo o ano, estando aberta à visitação pública nos seguintes horários: de segunda à sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h 30.

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