O grupo do Programa Especial de Treinamento (PET), ligado ao Instituto de Química da Unesp (IQ), campus de Araraquara, reuniu, no mês de agosto, 55 adolescentes do terceiro ano do ensino médio de três escolas públicas de Araraquara e alunos do CUCA (Cursinho Gratuito do IQ), com o objetivo de divulgar o grupo PET, despertar o interesse e desmistificar o estudo da Química e aproximar o aluno da universidade. "A idéia não é ensinar aos alunos o que eles não aprenderam na escola, mas sim ampliar a visão deles com relação à Química", afirma o petiano Marcelo Delmonde.

As atividades encontro, que foi realizado no final de julho, se estenderam das 9 as 17h. No período da manhã, os alunos participaram de seminários de 12 integrantes do PET, sobre a história do grupo, a importância e as aplicações da Química, além de curiosidades químicas e de seus possíveis campos de atividade (ensino, pesquisa e indústria).

Após os seminários, o grupo mostrou algumas dependências do IQ aos alunos, que viram, pela primeira vez, um laboratório de pesquisa. Segundo dados do PET, apenas 35% dos participantes conheciam o IQ.

No período da tarde, os alunos fizeram algumas experiências nos laboratórios do Centro de Ciências de Araraquara (CCA). Os petianos prepararam experiências chamativas sobre cinética química, degradação do PVC, volumetria, coloração da chama, condutividade elétrica, bafômetro, "varinha mágica", células galvânicas, equilíbrio químico e polímeros.

Em seguida, os participantes responderam a um questionário elaborado para avaliar se os objetivos do evento foram alcançados. "Antes estes resultados eram discutidos oralmente. A idéia agora é termos um registro", conta Marinalva Aparecida Alves, uma das integrantes do PET.

Escolha da profissão

Um dos aspectos mais interessantes que o questionário revelou foi que 80% dos participantes relataram que o evento ajudou na escolha da área a prestar no vestibular. "Entre os alunos, havia um equilíbrio entre o número de alunos que pretendem prestar humanas, exatas e biológicas. Somente no LEA há uma diferença significante no número de alunos que preferem a área de exatas (58%)", comenta Marinalva.

Graças aos auxílios recebidos da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Unesp (Proex) e do próprio IQ, os petianos puderam proporcionar aos alunos toda alimentação do dia (almoço e coffe break) e ainda lhes forneceram materiais didáticos (pasta, caneta, papel e post-it) que foram utilizados durante o evento. Com o auxílio, o grupo também confeccionou camisetas alusivas ao evento para todos os petianos, sendo que algumas puderam ser sorteadas para os alunos participantes do evento.

Wilmo Ernesto Francisco Júnior, colaborador do grupo, acredita que o evento seja importante para os petianos. "Desta forma, treinamos falar em público durante os seminários, além de ser importante para os visitantes, porque eles têm oportunidade de conhecer coisas que provavelmente não conheceriam de outra forma, como os nossos laboratórios por exemplo", ressalta Junior.

Os alunos aprovaram o evento e a maioria deles considerou a visita importante. "Abre os olhos e aguça a vontade de ter ensino superior", declarou Débora de Miranda Barros (CUCA). Para Débora Lopes Ribeiro (LEA), o evento "é uma oportunidade para os alunos aprenderem um pouco mais sobre Química".

O que é PET?

O Programa Especial de Treinamento (PET) foi criado em 1979 pela atual Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao MEC, destinado a grupos de alunos (no máximo 12 para cada curso) que demonstrem em potencial, interesse e habilidades destacadas no curso de Graduação.

Passados 20 anos do seu surgimento, o PET conta com 3488 alunos bolsistas e 314 professores tutores distribuídos em 99 cursos de universidades em todo país. Além de promover palestras, organizar cursos e eventos na graduação; e iniciar os alunos na pesquisa científica, o PET tem por objetivo proporcionar uma qualificação mais ampla para o grupo de bolsistas, com possibilidade de formar professores universitários.