Novo laboratório de polímeros do IGCE-Rio Claro favorece pesquisa em agricultura, medicina e meio ambiente

Por Brenda Guimarães Marques

Professores Dante Luis Chinaglia e Renê Armando MorenoO Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp (IGCE) de Rio Claro, inaugurou, no final de agosto, o Laboratório de Polímeros, do Departamento de Física. Na ocasião, o Prof. Dr. Roberto Mendonça Faria, diretor do Instituto de Física de São Carlos (USP) e coordenador do Instituto Multidisciplinar de Materiais Poliméricos, IMMP/Milênio, ministrou uma palestra inaugural e expôs, de maneira objetiva, a significância deste laboratório para a realização de pesquisas cientificas, bem como da parceria que o Departamento de Física de Rio Claro efetiva com o IMMP.

Segundo Faria, o IMMP está entre os 17 projetos selecionados pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia, que, em parceria com o Banco Mundial, oferecem apoio e financiamento considerando, especialmente, a projetos que desenvolvam pesquisa cientifica avançada, inovação tecnológica e que apresentem relevância para o desenvolvimento do País nas diferentes áreas do conhecimento, como, agricultura, medicina, física, engenharia, matemática, ambiental e outras.

Por sua vez, o IMMP tem aplicação cientifica multidisciplinar envolvendo vários laboratórios de diferentes instituições. Ele congrega especialistas de varias áreas e subáreas da física, com físicos teóricos e experimentais, químicos orgânicos teóricos e experimentais, engenheiros eletrônicos e técnicos, associando aspectos científicos e tecnológicos. Estes laboratórios trabalham num sistema de rede, com troca de informações e abrangem diferentes regiões do território nacional, complementa Faria.

Desta forma, o Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro, representado pelo Departamento de Física, é uma das 17 instituições brasileiras que efetivam parceria com o Instituto Milênio. Participam do projeto, os docentes Dante Luis Chinaglia, Makoto Yoshida e René Armando Moreno Alfaro, membros do Departamento de Física, campus de Rio Claro.

Segundo Dante, a atuação deste laboratório se insere na área de polímeros isolantes com a aplicação de estudos e desenvolvimento de pesquisas que tratam das propriedades elétricas, como o transporte e armazenamento das cargas elétricas que acontecem nesses materiais. "O laboratório conta com aparelhos específicos, como um acelerador de elétrons de baixa energia e equipamentos de medidas elétricas, utilizados para a determinação das características isolantes ou condutoras destes materiais", comenta Dante.

Perda de energia

Estima-se que no Brasil cerca de 15% a 20 % da energia gerada é perdida durante sua transmissão, devido à Profa. Makoto Yoshida, da equipe do IGCE-Rio Claroineficiência dos isoladores elétricos, que, por ora, são mal dimensionados e/ou fabricados com materiais impróprios. Com o tempo de uso, o polímero - material plástico com propriedades eletrônicas - que reveste os cabos de alta tensão, se degrada ocasionando conseqüências como a fuga de energia, que significa uma perda anual de milhões de dólares.

Neste sentido, algumas aplicações dos estudos na área dos polímeros isolantes visam encontrar soluções para os problemas causados pela aplicação de materiais inadequados, bem como desenvolver novos materiais considerando, entre outras variáveis, a energia a ser transportada e as sazonalidades do clima, em território brasileiro. Assim, considera-se que as diferentes zonas climáticas presentes no Brasil, bem como a distribuição espacial das redes de transmissão pré determinam a necessidade de realizar pesquisas pontuais.

Para o técnico Níbio José, membro integrante da equipe do IMMP, a participação da USP no projeto do Milênio trouxe melhorias para o laboratório, recursos financeiros, equipamentos, qualificação e aumento dos recursos humanos.

Palanque

O professor Roberto Mendonça Faria concedeu uma entrevista exclusiva ao Informativo Proex durante o coquetel de inauguração do laboratório em Rio Claro. Confira.

Uma das características mais pertinentes do projeto Milênio está na sua abordagem multidisciplinar. Comente este processo.

A ciência de hoje dificilmente se insere dentro de uma área especifica conceitual, hoje ela rompeu barreiras. A natureza não diz se isso e química, física ou biologia. Hoje o nível de conhecimento se aprofundou e as ciências estão se encontrando, e sem esta junção do conhecimento cientifico não há geração de conhecimento e tecnologia. O projeto genoma é um grande exemplo disto, a maior parte do pessoal que, atualmente, trabalha com o projeto genoma é composta por físicos e, todos sabemos que o genoma vem de uma área biológica. A junção entre as diferentes áreas do saber cientifico é hoje muito forte. E o nosso Instituto do Milênio congrega especialistas de varias áreas e subáreas da física, com físicos teóricos e experimentais, químicos teóricos, orgânicos e engenheiros eletrônicos associando aspecto cientifico e tecnológico. Acho que esta é uma contribuição importante, que esta' presente desde a formação do nosso Instituto.

Na prática, quais seriam as principais dificuldades vivenciadas neste processo de junção das diferentes áreas do saber científico?

A dificuldade do trabalho da interdisciplinaridade se inscreve na diferença das linguagens e metodologias que cada área do saber cientifico desenvolveu. Esta é uma questão relevante, porque isto esbarra no processo da comunicação cientifica. Mas à medida que o trabalho vai se consolidando as pessoas vão se entendo e se comunicando, mas isto leva um tempo. Outra dificuldade trata do preconceito que uma área tem em achar que a outra e menos ou mais importante, mas com o amadurecimento dos atores envolvidos se percebe que o mais importante é o fenômeno que esta sendo estudado.



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