Mulher é mais estressada que homem

Pesquisa feita pela Unesp constata desgaste maior
em mulheres que estão prestes a ingressar na universidade

IlustraçãoÉ inegável que a mulher está trabalhando muito mais hoje do que em qualquer outro momento. As brasileiras já representam mais de 40% da população economicamente ativa do País. Por outro lado, também aumentaram as exigências no campo familiar, afetivo e escolar. A competição se tornou mais acirrada pela disputa por um lugar no mercado de trabalho.

Pela primeira vez, uma pesquisa, desenvolvida pela psicóloga Sandra Leal Calais, da Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru, junto com a psicóloga Lívia Márcia Batista de Andrade da PUC-Campinas, sob a orientação da professora Marilda Novaes Lipp, especialista em estresse, comprovou que as mulheres sofrem muito mais desgaste do que os homens, numa faixa etária jovem, entre 15 e 28 anos. "A literatura cita que há diferença de gênero na manifestação do estresse, mas não tínhamos esses dados com a população brasileira", explica Sandra.

Foi distribuído um questionário, Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp para 295 adultos, sendo 150 mulheres e 145 homens de escolas de Bauru e de Campinas. Os entrevistados foram divididos em cinco grupos de 60 pessoas cada. Eram estudantes da primeira e terceira séries do ensino médio, do cursinho e do primeiro e quarto ano da faculdade.

Os resultados foram surpreendentes. Cerca de 78,7% das mulheres responderam que sofriam estresse, contra 51,8% dos homens. Desse total, 98,3% das garotas estavam na fase de resistência da doença, ou seja, quando a causa do estresse se mantém por longo período. Os sintomas verificados entre elas eram de profunda sensibilidade emotiva, seguido de irritação, desgaste e cansaço. Já os homens sofriam de pensamento recorrente, desgaste físico constante e problemas de memória.

Os primeiros anos do ensino médio e da faculdade foram os menos estressantes para as garotas. Já o terceiro colegial e o cursinho despontaram como os mais desgastantes entre as estudantes. "É na passagem do ensino fundamental para o ensino superior que as mulheres sofrem mais estresse", afirma Sandra. "Hoje as mulheres jovens têm uma sobrecarga de atividades profissionais, acrescida das exigências pessoais, sexuais e sociais", complementa.

Mais informações:

Sandra Leal Calais: Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru
Fone: (14) 221-6087 Ramal: 29


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