Estudo de análises moleculares do IBILCE-São
José do Rio Preto ajuda no controle de pragas e vetores

Por Nayna Nunes

Docente desde 1996 do Departamento de Química e Geociências do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE), campus de São José do Rio Preto da Unesp, o biólogo Carlos Roberto Ceron já teve diversas experiências dentro de sua linha de pesquisa relacionada à caracterização genética e bioquímica de insetos.

O professor Ceron desenvolve, desde 1985, estudos nessa área utilizando como modelo espécies de moscas do gênero Drosophila, conhecidas popularmente como moscas das frutas. Estas espécies são comumente utilizadas em experimentos genéticos devido ao seu rápido desenvolvimento, já que uma nova geração é obtida num período de cerca de 15 dias.

A partir de 1996, ele passou a utilizar também insetos, conhecidos popularmente como bicho barbeiro, que são vetores da Doença de Chagas. Ceron também já realizou experiências com o Aedes aegypti, sempre com os mesmos objetivos.

O enfoque básico de suas pesquisas consiste em fazer uma diferenciação genética de insetos pertencentePragass a um mesmo grupo, utilizando marcadores moleculares que podem ser proteínas específicas ou mesmo trechos de material genético (DNA). Essas análises são utilizadas para traçar uma possível origem evolutiva e relações filogenéticas em cada grupo.

A pesquisa também tem o enfoque de estudar algumas enzimas que possam estar envolvidas com a degradação de inseticidas, o que caracteriza o surgimento do fenomêno de resistência aos inseticidas observada em alguns insetos, especialmente naqueles sistematicamente submetidos a esse tipo de tratamento. Como exemplo pode-se citar o que ocorre com as baratas domésticas que, em alguns casos, já são resistentes a mais de oito diferentes tipos de inseticidas.

Dentro desses estudos puderam ser detectados alguns inibidores de enzimas que participam desses mecanismos de detoxicação nos insetos e que poderiam, no futuro, serem utilizados no controle daqueles que sejam pragas ou vetores de doenças.

"A perspectiva de uma possibilidade de controle desses insetos, evitando que atrapalhem a produção agrícola ou que prejudiquem a população humana por meio de transmissão de doenças,é o objetivo maior sempre a ser buscado", diz Ceron.

Com uma experiência já de longa data, o professor Ceron afirma ter muito prazer em trabalhar também como docente da graduação, bem como das atividades de pesquisa e de orientador na pós-graduação. "Além disso, considero a estadia no Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade do Arizona, há três anos, como uma experiência marcante, porque me forneceu maiores conhecimentos para trabalhar nessa importante área da Biologia", finaliza.


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