FM-Botucatu pesquisa acidentes de trabalho no município

Por Suzana Fonseca

IlustraçãoO professor adjunto e chefe do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Unesp, campus de Botucatu (FMB), Ricardo Cordeiro, está coordenando uma pesquisa que pretende levantar o número de acidentes de trabalho que ocorrem na cidade de Botucatu, com vistas a criar políticas para diminuir ou evitar os acidentes entre os trabalhadores.

Para isso, está sendo realizada uma pesquisa de campo na zona urbana de Botucatu. O objetivo é entrevistar um quarto da população botucatuense, isto é, cerca de 27 mil habitantes. A fase de campo começou dia 15 de maio, e o término está previsto para o dia 15 de agosto. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.

"O objetivo da pesquisa é, primeiro, descobrir quantos acidentes de trabalho acontecem em Botucatu; em segundo lugar, quais são os mais comuns, quais os mais prevalentes, e, terceiro, levantar informações que sirvam para estabelecer políticas de prevenção de acidentes de trabalho", explica Cordeiro.

"O quarto objetivo da pesquisa é investigar se existem fatores extra-trabalho que podem influenciar, propiciar ou aumentar as chances de ocorrência de acidentes, como problemas no ambiente doméstico, problemas no bairro etc", explica.

De acordo com o coordenador da pesquisa, em 2000, foram notificados cerca de 350 mil acidentes de trabalho no Brasil, dos quais 18 mil causaram seqüelas irreversíveis para o trabalhador. "E, entre estes 350 mil, 3 mil morreram por causa dos acidentes de trabalho", comenta.

Para o docente, estes dados são alarmantes, mas ainda não refletem a realidade, já que as informações levantadas dizem respeito somente aos trabalhadores com carteira assinada, e não levam em conta os trabalhadores do mercado informal. "Por conta disso é que as entrevistas são estão sendo feitas nas residências, a fim de que os dados coletados possam abranger também os trabalhadores que atuam no mercado informal", complementa.

Para a realização da pesquisa de campo, Cordeiro explica que há uma equipe composta por 15 entrevistadores e um supervisor. "Temos uma equipe de campo que está percorrendo toda a cidade. Todos os entrevistadores estão devidamente uniformizados, com crachá e uma carta de apresentação", informa.

O professor garante que as entrevistas são rápidas e devem durar, no máximo, dez minutos. As análises dos dados obtidos com a pesquisa de campo, segundo o professor, devem ficar prontas no final do ano, quando serão divulgadas.


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