A comunidade de Botucatu e região que leva seus animais para serem atendidos pelo Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da UNESP pode pensar que essa é sua única finalidade. Contudo, além de atender de forma diferenciada os animais, o Hospital é um espaço para o aprimoramento da formação dos médicos veterinários e de novas descobertas científicas.

A prestação de serviços à comunidade é sem dúvida a característica mais conhecida do Hospital Veterinário da FMVZ. Para se ter uma idéia da dimensão desse trabalho de extensão, só no ano 2000, mais de 12.000 casos foram tratados pelo Hospital, distribuídos em áreas como clínica médica, cirurgia de grandes e pequenos animais, moléstias infecciosas e reprodução animal.

Complementam essa estrutura, diversas atividades de apoio ao atendimento, como por exemplo: radiologia, laboratório clínico e serviço de anestesiologia. Outras áreas dão respaldo diagnóstico aos médicos veterinários, como a anatomia patológica, responsável pelas necropsias; o serviço de ornitopatologias, voltado especificamente para enfermidades das aves e a área parasitológica que envolve atividades de diagnóstico de doenças parasitárias e procedimentos terapêuticos.

Além do aspecto social importante, a extensão supre as necessidades da FMVZ quanto ao ensino e a pesquisa. "Sem um hospital escola que funcione bem, as aulas e as pesquisas não terão qualidade. Sem integração entre ensino, pesquisa e extensão é impossível conseguir bons resultados em qualquer desses aspectos", considera o professor Carlos Alberto Hussni, vice-supervisor do Hospital Veterinário da Unesp de Botucatu.

O animal que chega ao Hospital, no campus de Rubião Júnior, passa por uma triagem e é encaminhado ao serviço pertinente. O atendimento é feito pelo professor responsável e os residentes da área, juntamente com alunos de graduação, pós-graduação e estagiários.

Os estudantes participam do atendimento desde o primeiro ano de faculdade em plantões voluntários nos finais de semana. A partir do quarto ano, porém, a atuação dos alunos se dá de maneira mais efetiva, através de atividades de rodízio, vinculadas às disciplinas cursadas. "Esse contato inicial com o paciente é fundamental para a complementação da formação dos futuros veterinários, que vão se familiarizando com as situações que enfrentarão dali em diante", ressalta o professor Hussni.

Normalmente, os serviços, o material e os medicamentos utilizados são cobrados do usuário. Segundo o professor Hussni, o funcionamento do Hospital depende disso: "nós não recebemos verbas diretas da reitoria. Se não cobrássemos, não teríamos condições de sobreviver". O Hospital Veterinário, no entanto, assume as despesas das pessoas carentes. "Juntamente à triagem do animal, é feita uma triagem social de seu dono. A partir dessas informações podemos isentar aqueles que não têm condições de fazer o pagamento".

O usuário do Hospital pode levar seu animal pessoalmente, ou material colhido para análise em sua propriedade. Os horários de atendimento são de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 13h30 às 17h. Aos sábados, domingos e feriados o atendimento funciona em regime de plantão para emergências. O telefone do Hospital é (14) 6802-6282.