IGCE-Rio Claro firma parcerias com a Agência Nacional do Petróleo

Por Brenda Guimarães Marques

IlustraçãoPróximo de completar um século, a investigação por jazidas de petróleo no Brasil apresenta inovações técnicas e tecnológicas bastante sofisticadas. Parcerias com o meio acadêmico-científico têm se revelado promissor e eficiente para realizar pesquisas e implantar projetos. O Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o Setor Petróleo e Gás - PRH-ANP/MCT - concede bolsas de estudo e taxa de bancada para a realização de cursos stricto sensu com ênfase em áreas relacionadas à indústria do petróleo.

A Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, mais conhecida como "Lei do Petróleo", incentiva o desenvolvimento tecnológico da indústria do petróleo e atribui à agência a tarefa de estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias na exploração, produção, transporte, refino e processamento. Esta lei atribuiu também a responsabilidade pelo apoio técnico ao Ministério da Ciência e Tecnologia para a administração dos programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico aplicados à indústria do petróleo (Art. 49, § 2o), os quais são concretizados no âmbito do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor Petróleo e Gás Natural - CTPETRO.

Dentro deste contexto, a ANP vem efetivando parcerias com instituições de ensino. Em outubro de 2001, uma equipe de cientistas do Departamento de Geologia Aplicada do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp (IGCE), campus de Rio Claro, assinou um contrato com a Agencia Nacional de Petróleo (ANP), estimado em R$ 5,3 milhões, para realizar o mapeamento e a interpretação da Bacia de Santos, com o objetivo de avaliar seu potencial petrolífero.

Esses recursos financeiros foram fundamentais para a instalação do Laboratório de Estudo de Bacias (LEBAC). Este laboratório foi inaugurado em novembro de 2003, no Departamento de Petrologia do IGCE e tem como objetivo realizar as pesquisas nesta bacia sedimentar. A Sua potencialidade e infra-estrutura também disponibilizam vantagens para realizar outras pesquisas. No laboratório estão instalados equipamentos de última geração e softwares sofisticados para a interpretação sísmica e também, para o processamento e interpretação de dados em magnetometria (medição da intensidade do campo magnético terrestre) e gravimetria (medição do campo gravitacional da terra). Segundo o professor Chang Hung Kiang coordenador do projeto, estima-se que os softwares e os equipamentos estejam avaliados em R$ 1 milhão.

Neste projeto, a ANP também disponibilizou para esta equipe dados geológicos e geoquímicos de mais de uma centena de poços perfurados, na Bacia Sedimentar de Santos, incluindo dados gravimétricos e magnetométricos. Também foram colocadas as disposições pela ANP, 70 mil Km de linhas sísmicas que cobrem praticamente toda a área da Bacia de Santos.

Com base no resultado destas pesquisas, a ANP decidirá os locais e as áreas que serão licitadas para a exploração petrolífera na Bacia de Santos.

Geograficamente, esta bacia é considerada a maior do país em regiões marinhas, que se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC). Atualmente a bacia apresenta 22 áreas exploratórias sob concessão, onde atuam a Petrobrás e oito empresas multinacionais.

Petróleo: a maior fonte de energia

Combustível fóssil não-renovável e de origem orgânica, o petróleo é um recurso energético que constitui um dos principais suportes para o desenvolvimento econômico mundial.

A importância do petróleo está na diversidade de derivados que dele podem ser extraídos, com largo emprego nas atividades econômicas, principalmente na forma de combustíveis. É também empregado numa das mais importantes indústrias de base, a petroquímica. O petróleo atingiu nos últimos anos, cerca de 40% do consumo mundial de energia primária. A sua medida quantitativa num dado país, disponibilidade interna, exportação e importação estão vinculadas com a classificação socioeconômica dos diversos países.

No Brasil, o petróleo representa a fonte energética mais consumida. A expansão econômica e social verificada no país, nas últimas décadas, vem exigindo importante desenvolvimento da nossa infra-estrutura, notadamente no setor de energia.

No passado, as pesquisas realizadas no Brasil para encontrar jazidas petrolíferas eram realizadas por particulares. Só em 1907, com a criação do Serviço Geológico e Mineralógico, o governo começou a se preocupar com este problema, passando, a partir de 1919 a fazer pesquisas que, naquele período, foram infrutíferas por serem realizadas com técnicas e equipamentos deficientes.


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