FFC-Marília realiza XIV Ciclo de Debates Zilda Feres

Por Luciana Sbrana

Ciclo de Debates Zilda FeresA Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da UNESP, campus Marília, realizounos últimos meses do ano, o XIV Ciclo de Debates Zilda Feres. O evento teve como tema a "Universidade Pública e Compromisso Social" e constituiu-se por conferências, mesas-redondas, lançamento de livro e mostra de arte.

O XIV Ciclo de debates Zilda Feres é um evento interdisciplinar promovido pelo Departamento de Administração e Supervisão Escolar, em conjunto com os cursos de Pedagogia, Filosofia e Ciências Sociais.

O objetivo do tema proposto é discutir a crise da universidade brasileira, examinando sua origem e seu desenvolvimento, focalizando sobretudo a situação da universidade frente as políticas públicas, e da busca de alternativas possíveis para a reconstrução de um projeto pedagógico vinculado ao compromisso social da universidade, visando, principalmente, a contribuição das ciências humanas e das artes.

Dentro desse propósito, pesquisadores e estudiosos da Unesp de Marília, de Presidente Prudente, de Rio Claro, de São Paulo e de Assis, da USP, da UFP, da UNICAMP, da PUC-SP e da UNIMEP, entre outras, compareceram na unidade de Marília com seus respectivos trabalhos. Entre eles, pode-se citar: projeto pedagógico e compromisso social da universidade; contribuições das ciências humanas para a universidade; contribuição da arte para a universidade; aspectos lúdicos da busca de conhecimento e cultura solidária.

Além dos objetivos a serem alcançados nesta parte mais academicista do evento, que era o de promover o debate, a reflexão e o intercâmbio de opiniões e conhecimentos, teve no segundo dia do evento a Mostra de Arte e o Lançamento de Livro.

Ciclo de Debates Zilda FeresA Mostra de Arte, de autoria de Hélio Jorge dos Santos (professor doutor e livre-docente aposentado da UNESP, na área de Sociologia, campus Rio Claro) teve como tema "Fragmentos do Moderno na Construção do Contemporâneo" que focaliza o homem e seus anseios recriados através de peças de sucatas de forma simbólica e plástica sob o ponto de vista do contexto social.

Os temas que vão se compondo recriam a energia de uma realidade já descartada e consumida, em busca de uma simbologia, através dos arquétipos das civilizações primitivas, do início da industrialização, da psicanálise, do místico, do religioso - espiritual e dos anseios deste homem diante do contexto em relação às perspectivas do futuro.

Hélio, em média, possui 500 esculturas e levou cerca de quinze ao prédio de Administração da unidade de Marília, onde ficaram à mostra até meados do mês de novembro. A relação e o intuito da realização desta exposição dentro do ciclo Zilda Feres é o de contribuir com o evento, já que uma das pautas abordada era a contribuição da arte na universidade.

Pergunta-se então ao expositor: qual público o senhor deseja atingir com suas esculturas?". Hélio responde: "artista não escolhe, produz. Contudo os populares se identificam mais com o meu trabalho do que os intelectuais. Há a identidade dos materiais utilizados, com o cotidiano, a engrenagem e o relógio, por exemplo."

"A utilização de materiais que de certa forma seriam considerados antiguarias ou mesmo ferro velho para produzir uma obra de arte com disposições geométricas, faz o nosso olhar ser contemplador, ou seja, a tentativa de unir o passado com o futuro de uma forma original que, só um artista poderia conseguir. Olharei sucatas ou mesmo móveis antigos e refletirei a possibilidade de se tornarem sentimentos de expressão artística", afirma.

No mesmo momento que decorria a abertura da mostra de Arte do senhor Hélio, o livro "Tempos de Greve na Universidade Pública" de Isabel Loureiro e Maria Cândida Del-Masso - docentes da unidade -, estava sendo lançado. É um livro organizado com materiais resultantes da greve de 2000, que teve como mediador de informações a internet, pois todas as informações, artigos e textos que circularam na rede foram utilizados neste livro.

O livro tem em torno de 20 artigos, todos escritos por brasileiros, e está dividido em duas partes que trazem uma reflexão teórica da universidade pública naquele determinado momento. O livro tem o intuito de preservar as informações e os contextos de extrema importância para a universidade pública do Estado de São Paulo.

O evento trouxe ainda a peça teatral "Pra saudar a povaria", do grupo de teatro do I.A. (Instituto de Artes da UNESP de São Paulo). Além do belo espetáculo proporcionado a platéia, uma gostosa interatividade entre os alunos do IA e da FFC foi notável e satisfatória.

Pode se chegar a exata conclusão que este evento conseguiu proporcionar, tanto nas áreas acadêmicas como culturais, a integração e troca de conhecimentos, o ocasionar de reflexões e sobre tudo, momentos de concentração e debate e, por outra hora o momento de descontração e harmonia.


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