Reitor da Unicamp discorre sobre
Ciência e Tecnologia no IQ-Araraquara

Por Luciana Massi

Carlos Henrique de Brito Cruz - Reitor da UnicampMuitas pessoas tiveram que sentar no chão do Anfiteatro Central do Instituto de Química da Unesp, campus de Araraquara. O motivo foi por conta de uma iniciativa do programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia da universidade, que convidou Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor da Unicamp para proferir uma palestra intitulada de "Ciência e Tecnologia no Brasil".

Em aproximadamente uma hora, Carlos Brito propôs uma aliança com papéis bem definidos para mudar o panorama atual da ciência e tecnologia. "A universidade fornece os cientistas qualificados que possam trabalhar nas empresas, produzindo avanços tecnológicos e o Estado investe em pesquisa e desenvolvimento dentro da universidade", afirmou o reitor da Unicamp.

Durante a palestra, foram trazidos dados que mostraram o quanto a capacidade de fazer ciência de qualidade e competitiva cresceu no País. "Anualmente são formados 6 mil doutores e publicados mais de 10 mil artigos (5 vezes mais que em 1980). A participação do Brasil na ciência mundial é de 1,5%, não muito distante da participação da Inglaterra, que já tinha a universidade de Oxford quando o Brasil foi descoberto, embora essa participação seja pequena se comparada aos 30% dos EUA", explica Brito.

"O principal desafio para a ciência e tecnologia brasileira hoje é estabelecer uma aliança entre universidade, empresa e Estado, de tal modo que seja possível a empresa no Brasil realizar muito mais intensamente atividades de pesquisa ao mesmo tempo que o Estado brasileiro apóie o desenvolvimento da pesquisa fundamental na Academia", ressalta.

O reitor também mostrou que o maior problema brasileiro, com relação a ciência e tecnologia, é o nosso pequeno avanço tecnológico (medido pelo número de patentes registradas). "A parte da universidade vem sendo feita. O Brasil tem uma produção cientifica relativamente boa, mas nosso avanço tecnológico é quase ridículo. Isso se deve ao fato de que nós temos poucos cientistas e que eles não estão nas empresas: 11% (8.765) dos cientistas brasileiros estão nas empresas privadas e 68% (56760) nas universidades, no outro lado 79% (764500) dos cientistas americanos estão nas empresas privadas e apenas 13% (128000) nas universidades", aponta.

Para Carlos Brito, a terceira parte da aliança, o Estado, teria que colaborar no sentido de investir em P&D na universidade como ocorre em todos os países, já que quem sustenta a pesquisa na academia é o Estado.

Carlos Henrique de Brito Cruz foi presidente da Fapesp em 1996, 1998 e 2000. É professor de Direto do Instituto de Física 'Gleb Wataghin' e foi Pró-Reitor da Pesquisa na Unicamp. Cursou Engenharia Eletrônica no ITA. Trabalhou durante nove meses na Universitá Degli Studi, em Roma.

Saiba mais sobre idéias e pesquisas no site: www.ifi.unicamp.br/~brito/.


Leia também:


Página inicial
O Jornal
E-mail Redação
Equipe
Agenda
Edições Anteriores
Revistas Científicas