FM-Botucatu integra projeto de
capacitação de profissionais de Enfermagem

Por Suzana Fonseca

Prof. Dr. José Carlos Souza Trindade - Reitor da UNESPUm projeto do Ministério da Saúde pretende mudar a qualidade dos serviços prestados pela rede de atendimento em saúde em todo o País, através da qualificação dos profissionais que atuam na área da enfermagem. Trata-se do Profae - Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área da Enfermagem.

Composto por dois componentes, o Profae visa capacitar enfermeiros para que possam dar aulas e formar auxiliares e técnicos de enfermagem - Componente II - e oferecer formação dos auxiliares e técnicos - Componente I.

Segundo o Ministério da Saúde, o universo de atuação do Componente I é a qualificação dos trabalhadores da área de Enfermagem, e que alcança um contingente de 225 mil trabalhadores em todo o país, os quais desenvolvem atividades de enfermagem, às vezes, sem possuir a qualificação profissional necessária para atender com segurança e qualidade os usuários dos serviços de saúde.

Para executar um projeto de tão longo alcance, o Ministério da Saúde conta com instituições que possuem professores e estrutura adequados para a realização dos cursos. São as chamadas Agências Regionais, Núcleos Regionais, Operadoras ou Executoras, de acordo com a função desempenhada por estas instituições.

Como uma instituição pública que possui corpo docente qualificado e a estrutura necessária à execução do projeto - e que ainda oferece o curso de Enfermagem -, a Faculdade de Medicina da Unesp, campus de Botucatu, participa do Profae, atuando como Operadora e Executora do Componente I e como Núcleo Regional do Componente II, através do Departamento de Enfermagem.

A realização do Componente I terá a duração de um ano e, a do Componente II, onze meses, de acordo comProfa. Dra. Marilza Rudge e Prof. Dr. Benedito Barraviera coordenadora geral da Operadora FMB, Cristina Maria Garcia de Lima Parada, chefe do Departamento de Enfermagem, e a coordenadora do Núcleo Regional, Carmem Maria Casquel Monti Juliani, docente do Departamento de Enfermagem, respectivamente.

O treinamento introdutório - destinado aos professores que irão ministrar as aulas - do Componente I do Profae aconteceu no final de março, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Já a aula inaugural do Componente II foi realizada no Auditório "Prof. Paulo Rodolfo Leopoldo", da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu, onde estiveram presentes o reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade, a diretora da FMB, Marilza Vieira Cunha Rudge, o assessor de Relações Externas da Reitoria, José Afonso Carrijo de Andrade, o supervisor do Hospital das Clínicas, Pasqual Barretti, o Pró-reitor de Extensão, Benedito Barraviera, a coordenadora do Núcleo Regional do Componente II em Botucatu, Carmem Maria Casquel Monti Juliani, as coordenadoras do programa em nível nacional, Milta Torres e Lília Romero de Barros, e a representante do Departamento de Enfermagem da FMB, Janete Pessuto Simonetti.

Durante o evento, o reitor da universidade destacou a importância do projeto e da capacitação de técnicos e auxiliares de enfermagem, o que contribuirá para a melhoria da qualidade do atendimento dos usuários dos serviços de saúde e também para os profissionais que atuam na área da saúde.

Componente I: capacitação também visa resgatar cidadania

Os profissionais que já atuam na área da enfermagem e que participam do Componente I, além de serem capacitados para atuar como auxiliares ou técnicos de enfermagem, também terão outro benefício: o resgate da cidadania.

Como profissionais, estes trabalhadores estão tendo acesso a técnicas e conhecimentos que lhes permitirão exercer suas profissões de maneira mais qualificada e eficiente. Já como cidadãos, estas pessoas resgatam a cidadania na medida em que podem voltar às salas de aula e concluir seus estudos, que na maioria dos casos foram interrompidos pela necessidade de trabalhar para sustentar suas casas e famílias e pela falta de tempo e recursos financeiros que isto demanda.

Qualificados profissionalmente, os trabalhadores da área da enfermagem também contribuirão para a melhoria da rede de atendimento da saúde, preocupação fundamental de toda população e governo.

Segundo a coordenadora geral da Operadora FMB, Cristina Maria Garcia de Lima Parada, chefe do Departamento de Enfermagem, o Componente I visa qualificar o chamados "atendentes de enfermagem", que passarão a ser auxiliares de enfermagem, e os atuais auxiliares de enfermagem, que desempenham funções mais complexas, que complementarão seus estudos e passarão a técnicos de enfermagem.

A FMB atua como operadora do Componente I e possui duas executoras, que são as instituições que dão as aulas para a formação dos auxiliares e técnicos: uma das executoras é a própria Faculdade de Medicina, através do Departamento de Enfermagem, e que atua na qualificação profissional, dando aulas para os auxiliares de enfermagem. "O Colégio Vitória é o segundo executor da operadora FMB e atua na complementação da qualificação profissional, ou seja, capacitando os auxiliares para que estes possam atuar como técnicos de enfermagem", revela Cristina.

Conforme conta a coordenadora geral da operadora, a proposta pedagógica do Componente I é totalmente presencial, isto é, todas as atividades são desenvolvidas em sala de aula, com a orientação de um professor.

Componente II: enfermeiros são capacitados para dar aulas

Para capacitar e qualificar adequadamente os profissionais da área da enfermagem, o Componente II do Profae dará o título de especialista a profissionais graduados em Enfermagem, os quais terão uma formação pedagógica especialmente voltada para o ensino de adultos, problematizada e que considera a carga de conhecimento que seus alunos - futuros auxiliares e técnicos de enfermagem - já trazem.

A Faculdade de Medicina de Botucatu atua no Estado de São Paulo ao lado da Universidade de São Paulo - USP - e da USP de Ribeirão Preto como Núcleo Regional, dando apoio docente, acadêmico e administrativo.

O Componente II possui uma proposta pedagógica de educação à distância. "Tendo em vista que os alunos são trabalhadores, trabalhamos à distância, com um suporte de comunicação via Internet, via fax e telefone e via correio convencional", explica Carmem, ressaltando que cada aluno tem um tutor, o qual acompanha o aluno, orientando-os nas tarefas e nos trabalhos para cumprir em tempo determinado, assim como realizando avaliações.

"Também há momentos presenciais, mas são poucos. A grande diferença entre os dois componentes é que um tem uma proposta de ensino à distância e, o outro, uma proposta presencial", analisa a coordenadora do Núcleo Regional.


Leia também:


Página inicial
O Jornal
E-mail Redação
Equipe
Agenda
Edições Anteriores
Revistas Científicas