Pesquisa do IGCE-Rio Claro com cartografia tátil para
deficientes visuais alcança escola de ensino fundamental

Por Brenda Guimarães Marques

Alfabeto em brailleSegundo as coordenadoras Profa. Dra. Maria Isabel Castreghini de Freitas e a graduada Sílvia Helena Ventorini, ambas pertencentes ao Departamento de Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro, o projeto "Cartografia Tátil: Elaboração de Material Didático de Geografia para Portadores de Deficiência Visual" realizado junto com os alunos do Ensino Fundamental e Médio de Araras, vem apresentando bons resultados.

"Contribuir para uma melhor integração do deficiente visual na escola, no trabalho e na sua vida cotidiana, proporcionando motivação para o desenvolvimento de suas habilidades, foi um dos objetivos deste projeto", confirma Sílvia Ventorini.

Para a Profa. Dra. Maria Isabel "a Cartografia atrelada com a linguagem tátil beneficia aqueles que dependem do tato e da audição para captar imagens. "Além disso, auxiliam nas aulas de Geografia para um melhor reconhecimento dos lugares, para utilizar mapas, entender gráficos, bem como se localizar e ampliar o conhecimento do espaço cotidiano dos alunos", diz Maria Isabel.

"Foi muito impressionante quando os alunos que estavam participando nos declararam que eles não conheciam o próprio espaço da sala de aula, que eles conviviam diariamente, e ali nós nos vimos motivadas para reelaborar parte do projeto", revela.

Outro objetivo deste projeto, e que foi alcançado, diz respeito ao desenvolvimento e à divulgação de um material didático que facilitasse a utilização da linguagem tátil no tratamento e na comunicação da informação geográfica. Este material didático e tátil é composto por cartas táteis: Planisfério Físico, Mapa do Brasil, Mapa da América do Sul, Mapas das salas de aulas, da escola especial, uma maquete do relevo do município e Araras, e duas outras maquetes referentes à orientação pelo Sol e à cidade de Araras. Essas produções procuraram destacar alguns pontos importantes em torno da escola especial freqüentada pelos alunos deficientes visuais.

Segundo as coordenadoras, os alunos entenderam, manipulando em conjunto as maquetes e os mapas das salas de aulas, como era possível representar a realidade (sala de aula) através de abstrações (mapas). "Tateando a maquete do relevo do município de Araras um aluno se emocionou ao localizar um bairro cuja imagem está gravada em sua memória", conta Sílvia Ventorini.

Após o reconhecimento do bairro, o aluno comentou: "não sei se é assim que você vê este material, mas eu, ao tocá-lo, é como se estivesse em um avião, bem alto, de onde eu vejo todo o município bem pequeno, mas que apesar do tamanho reduzido, devido a altura do avião, consigo visualizar e identificar muitos lugares."

Para as coordenadoras, o resultado deste projeto oferece boas condições para a realização de parcerias entre a Unesp de Rio Claro e o NIED - Unicamp, que visa a integração dos sistemas de robótica ao desenvolvimento de material didático tátil geográfico-cartográfico.


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