FMVZ-Botucatu: de olho na expansão da ovinocultura

Por Aline Grego e Sérgio Santa Rosa

Rebanho de ovinos da Fazenda Experimental LageadoA ovinocultura representa um setor importante para a economia de diversos países. No Uruguai, por exemplo, a lã constitui uma das bases do setor econômico, representando algo em torno de 25% da exportação do país.

No Brasil, que conta hoje com um rebanho em torno de 14 milhões de cabeças, a ovinocultura está em franca expansão. Aqui, porém, o setor está mais voltado para a produção de carne. Em outros tempos a atividade era quase exclusiva do Rio Grande do Sul. Posteriormente o Nordeste também aumentou sua produção, muito em razão da necessidade de subsistência, pois os ovinos, assim como os caprinos, são mais tolerantes às condições climáticas adversas da região.

Os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais compõem a que vem sendo denominada a terceira grande região de expansão da criação de ovelhas, e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp de Botucatu não está alheia a essa situação.

A disciplina Ovinocultura, oferecida aos alunos do 4º ano de Zootecnia, procura ensinar os aspectos básicos de um sistema de produção de ovinos economicamente viável. "Procuramos aliar ao ensino uma visão prática. Hoje, quase 50% da disciplina é prática, porque entendemos que o aprendizado não ocorre somente enquanto o aluno copia matérias", explica o professor Edson Ramos de Siqueira, do Departamento de Produção e Exploração Animal e vice-diretor da faculdade.

Para cumprir essa meta, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP conta com laboratórios na Fazenda Experimental Lageado e com uma área de criação, localizada na Fazenda Edgardia, que permite ao aluno o contato com os animais e a familiarização com as práticas de manejo. Nos finais de semana, normalmente, são os alunos estagiários que tomam conta do rebanho. O estágio em ovinocultura atende estudantes dos cursos de veterinária, zootecnia e agronomia.

OvelhaAlém disso, a FMVZ desenvolve projetos de extensão, possibilitando que os alunos prestem assessoria a criadores da região. Segundo o professor Edson, os estudantes conhecem a realidade da profissão e agem como pontes entre o criador e a universidade: "eles fazem o levantamento das condições e das necessidades do criador. Eles podem constatar problemas e trazê-los para o docente da especialidade, que vai orientar na resolução".

A criação de ovinos pode representar boas oportunidades de trabalho para os profissionais que conheçam o assunto e fiquem de olho na expansão do setor. Apesar do enorme potencial que o país tem, o meio produtivo ainda não tem como atender toda a demanda do mercado de carne. Porém, os avanços na área são inegáveis. "Já existem canais abertos para a comercialização da produção e já se consegue uma oferta constante de carne de ovinos", lembra o professor Edson.

Em médio prazo, existe a intenção de utilizar o espaço e o rebanho da área de criação de ovinos da FMVZ para o desenvolvimento de projetos visando a produção de leite. Os queijos mais finos da Europa são produzidos a partir do leite de ovelhas, produto considerado nobre. É mais uma possibilidade de mercado, praticamente inédita no Brasil, que se abre aos alunos da faculdade.


Leia também:

 


Página inicial
O Jornal
E-mail Redação
Equipe
Agenda
Edições Anteriores
Revistas Científicas