Mobiliário da pré-escola pode prejudicar saúde de alunos

IlustraçãoAparentemente inofensivo, o mobiliário dirigido a crianças da pré-escola pode ser bastante desconfortável e provocar, com o tempo, problemas de postura nos baixinhos. Esta constatação faz parte dos estudos do designer e pesquisador Luiz Carlos Paschoarelli, pós-graduando do curso de Desenho Industrial da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, câmpus de Bauru. "Como nesta idade as crianças se desenvolvem bastante, as carteiras costumam ficar pequenas e causar muito desconforto", afirma o designer.

Com base em seus estudos, Paschoarelli desenvolveu um mobiliário escolar inovador, destinado aos alunos na faixa etária de três a seis anos. O equipamento é composto por uma cadeira, uma mesa para trabalho e uma outra de apoio, cujos mecanismos de ajuste permitem que os móveis sejam regulados de acordo com a estatura do aluno. Bolsista da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Paschoarelli escolheu como tema de sua dissertação de mestrado "O posto de trabalho - carteira escolar como objeto de desenvolvimento da educação infantil".

Os pressupostos básicos para o desenvolvimento de um móvel, segundo Paschoarelli, são o conhecimento da antropometria, estudo das medidas de cada pessoa, e da ergonomia, que analisa a relação do homem com o ambiente de trabalho. Como a indústria nacional utiliza tabelas antropométricas de países europeus, o pesquisador, auxiliado por seu orientador, o professor José Carlos Plácido da Silva, precisou desenvolver uma metodologia adaptada à realidade brasileira.

Em dois anos, Pasquarelli elaborou o padrão antropométrico desejável. Nesse período, visitou cinco escolas municipais de Bauru e analisou as variáveis antropométricas de 239 crianças. Com o resultado do trabalho, foi fácil comprovar que são significativas as diferenças de dimensão corpórea em crianças da mesma idade.

Com este trabalho Paschoarelli concorreu com outros 187 inscritos na 11ª edição do Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, o mais tradicional concurso de design do país, e foi selecionado entre os finalistas. Agora, Paschoarelli já pensa em patentear seu produto e encontrar parcerias para comercializá-lo. Segundo seus dados, o custo final gira em torno de US$ 51 para a fabricação de um lote de cinco mil peças. Ele espera que o selo Design Museu da Casa Brasileira ajude a despertar o interesse do empresariado.

Luiz Carlos Paschoarelli, pós-graduando em Desenho Industrial da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, câmpus de Bauru, desenvolveu um novo conceito de mobiliário para crianças de pré-escola. Segundo o pesquisador, o módulo, composto por uma cadeira, uma mesa de trabalho e outra de apoio, é regulável de acordo com a altura da criança. Ele garante que os novos equipamentos ajudam a proteger os baixinhos de problemas ortopédicos.

O custo final de cada módulo gira em torno de cinqüenta e um dólares, para um lote de cinco mil peças. Paschoarelli pretende, agora, patentear o novo produto e encontrar parcerias para industrializá-lo. Para isso conta como trunfo com o selo do 11º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, realizado no início de novembro, no qual foi um dos 51 selecionados.


Leia também:


Página inicial
O Jornal
E-mail Redação
Equipe
Agenda
Edições Anteriores
Revistas Científicas