Serviço de Orientação e Inspeção Pública da
FMVZ-Botucatu analisa qualidade de produtos de origem animal

Por Aline Grego e Sérgio Santa Rosa

Produtos de origem animalO Serviço de Orientação e Inspeção Pública (SOAP), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp (FMVZ), campus de Botucatu, atende clientes dentro e fora do Estado de São Paulo, para, entre outras coisas, prestar serviço de análise de amostras (produtos animais) vindas do Paraná, Rio Grande do Sul ou Minas Gerais.

O SOAP foi criado dentro da FMVZ em razão das solicitações da própria sociedade, cada vez mais atenta e exigente em relação à qualidade dos produtos que consome. Somente em 2001, foram feitas 25 mil análises de alimentos.

O serviço prestado é cobrado e os recursos obtidos são investidos no próprio SOAP. "Através dessa cobrança, temos conseguido grandes avanços, como a reforma de nossas instalações e compra de aparelhagem para laboratórios, além de manter quatro pessoas contratadas", explica o professor Dirceu Rodrigues Meira, que, juntamente com os professores José Paes de Almeida Nogueira Pinto e Germano Francisco Biondi, integram o SOAP.

O atendimento é, principalmente, feitos juntos às indústrias de produtos de origem animal, que são supervisionadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) e pelo Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP). Devido ao aumento do parque industrial nacional, o próprio Ministério da Agricultura e a Secretaria de Agricultura do Estado não possuem estrutura para acompanhar a qualidade de todos os produtos comercializados no País. Por isso, os órgãos oficiais delegaram a vários laboratórios, como o Laboratório de Microbiologia de Alimentos da FMVZ, a função de fazer essas análises.

Segundo o professor Rodrigues Meira, o serviço não é procurado apenas por clientes que desejam fazer o controle oficial. "Alguns estabelecimentos nos procuram não só com relação ao controle oficial, mas também para o controle interno. Além disso, há empresas exportadoras que querem laudos sobre o produto a ser exportado", afirma o docente.

"Também atendemos diversas prefeituras, pois, nas licitações para a compra de alimentos destinados à merenda escolar, são exigidos laudos atestando a qualidade do produto que está sendo comprado", complementa.

Além da prefeitura de Botucatu, outras cidades são atendidas pelo serviço. As mais distantes mandam amostras de alimentos desidratados pelo correio. Já ocorreram casos de prefeituras e indústrias que romperam os contratos com fornecedores depois de ficar comprovado que os alimentos não possuíam a qualidade ideal.

O SOAP, que está em funcionando desde 1993, também faz análises para a lanchonete do campus da Unesp de Rubião Jr. (Botucatu), restaurantes de várias indústrias da região, restaurantes de hospitais como o do Hospital Psiquiátrico e, diuturnamente, para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu.

As análises de qualidade do alimento realizadas pelo SOAP são sensoriais (cor, odor e sabor), de características microbiológicas e de características físico-químicas do produto. "Todos esses aspectos devem ser analisados para que haja segurança. A salsicha, por exemplo, é feita basicamente do tecido muscular da carne, acrescida de gordura, amido, conservantes, nitrato de trigo e outros elementos que devem estar dentro do que é permitido por lei. Tudo isso é regulamentado pelo governo federal", explica o professor Dirceu.

O trabalho do SOAP é um serviço de extensão exemplar, e seus integrantes ensinam: o consumidor deve ficar atento. Muitas vezes um produto está dentro do prazo de validade mas, por falhas de processamento, higiene ou conservação, mesmo sem apresentar sinais de deterioração, não está apto para consumo. Hoje enfermidades produzidas por alimentos são uma preocupação grande no mundo inteiro e elas vêm aumentando. "Isso se deve a uma série de fatores, inclusive o aumento da própria industrialização, ou pelo fato de terem aumentado as transações comerciais internacionais que proporcionam que um produto seja fabricado numa parte do mundo e consumida em outra muito distante. A cadeia produtiva é muito mais longa e está sujeita a vários pontos de contaminação", alerta o professor José Paes.


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