FMVZ-Botucatu implanta ambulatório de oftamologia

Da Agência de Notícias da Imprensa Oficial

Vista das instalações da FMVZA equação é simples: quanto mais restrita a área de estudo, com mais profundidade se pode estudá-la. É assim que acontece na medicina. Existe a especialização em ortopedia, psiquiatria, ginecologia e, dentro da ortopedia, por exemplo, existe um especialista até (ou só) em cirurgia da mão.

Já na medicina veterinária, a especialização se divide basicamente em grandes e pequenos animais, mas a tendência é que haja, em algumas áreas, uma especialização parecida com a da medicina humana. "Um veterinário até pode ser um clínico geral de pequenos e grandes animais, mas fica muito difícil entender de cachorro, de gato, de suíno, de eqüino, de bovino.

Particularmente em pequenos animais, há uma tendência de especialização em oftalmologia, em cardiologia, em dermatologia e assim por diante. Dentro da universidade esse é um caminho que não tem volta, pois torna mais fácil o trabalho do profissional e, em contrapartida, é melhor para o animal", explica o professor José Joaquim Ranzani, o professor Quim, do Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp (FMVZ), campus de Botucatu.

Implantação

O primeiro passo da FMVZ nessa especialidade foi a implantação do Ambulatório de Oftalmologia, que atende toda a região de Botucatu. Até há cerca de três anos, os casos de oftalmologia eram atendidos pelo serviço de Cirurgia de Pequenos Animais. Em 1999, através do projeto "Reforma e Adequação do Centro Cirúrgico de Pesquisa em Pequenos Animais" coordenado pelo professor Ranzani e financiado pela FAPESP, foi feita uma reestruturação do Centro Cirúrgico, que passou a acomodar o ambulatório e uma sala cirúrgica só para a oftalmologia.

Para instalar o serviço, o professor contou com o apoio de colegas, pós-graduandos e residentes. "Normalmente, os pós-graduandos fazem as disciplinas, a tese e tiram o time de campo. Então, fazemos um acordo: eu aceito orientá-los, desde que, dentro de suas possibilidades, eles também prestem serviços no ambulatório, sob nossa orientação. Também abrimos espaço para estagiários, de preferência alunos do 5o ano, que fazem o estágio supervisionado obrigatório".

O serviço oferecido no Ambulatório de Oftalmologia da FMVZ não é encontrado em qualquer lugar. "Com exceção do segmento posterior do globo ocular, com relação à retina, temos estrutura para atender a praticamente todos os casos oftálmicos. Em outras faculdades, há um serviço semelhante apenas na Unesp de Jaboticabal e na USP. Já nas clínicas da cidade não existe essa especialidade, todo mundo encaminha para cá", conclui o professor.

Encaminhamento

Todo animal que chega ao Hospital Veterinário passa por uma triagem. Detectado o problema oftalmológico ele é encaminhado para o Ambulatório. O atendimento é por ordem de chegada; não existe consulta marcada. O animal passa pela consulta e se estabelece o tratamento, que pode ser medicamentoso ou cirúrgico. No primeiro caso são marcados os retornos e no segundo será estabelecida uma data para a cirurgia.

Como todos os serviços do Hospital Veterinário, os prestados pelo Ambulatório de Oftalmologia também são cobrados a partir de uma tabela de preços. Os recursos arrecadados são utilizados para a reposição de material. Porém, para aqueles proprietários que não têm condições financeiras, o valor do serviço será reconsiderado, por meio de triagem feita por uma Assistente Social.

Segundo o professor Ranzani, os proprietários dos cães e gatos de companhia são os mais atentos a qualquer alteração. "Se o dono perceber algum corrimento, lacrimejamento, alguma presença de secreção (remela) diferente da habitual, olho fechado, ou esbranquiçado ele precisa procurar um profissional da área. O olho é um órgão que precisa ser socorrido rapidamente, pois se perder a transparência, o animal pode também perder a visão".

Mais de 90% dos casos atendidos no Ambulatório de Oftalmologia são de cães, principalmente das raças Poodle, Cocker e SRD (os mestiços); em segundo lugar ficam os felinos, siamêses e persas, seguidos de um ou outro papagaio ou tartaruga. Os casos de maior predominância são os problemas de córnea, chamados ceratites e, dentre estas, particularmente em Cocker, a ceratoconjuntivite seca (CCS), conhecida como olho seco; trata-se da deficiência da produção aquosa da lágrima, relativamente fácil de ser diagnosticada, dada a forma como se apresenta: olho seco, muito muco e geralmente com lesões e úlceras na córnea. Também são comuns as uveites e os glaucomas. Os casos que mais freqüentemente levam os animais à cirurgia são a catarata, alteração que torna o cristalino leitoso e, portanto, opaco, interferindo diretamente na visão; plásticas de pálpebra, necessárias quando acontece principalmente o entrópio, que é o reviramento da pálpebra em direção ao globo ocular e; em menor escala, cirurgia para corrigir o prolapso da glândula da 3ª pálpebra.

Atendimento - de segunda a sexta-feira, das 14h as 18h. O período da manhã é reservado para as cirurgias.


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