IQ-Araraquara
desenvolve material
para fusão eficiente de fibras ópticas |
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O Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), do qual participam docentes do Instituto de Química da Unesp, campus de Araraquara, desenvolveu um material à base de óxido de estanho (SnO2) que apresenta alta resistência química e um custo cerca de 20 vezes menor em relação aos similares em uso para produzir cadinhos, para, por exemplo, a fusão de fibras ópticas. Atualmente, cadinhos de platina, ouro ou carbono são usados nesses processos químicos, que envolvem altas temperaturas. Além do custo e da alta resistência química, esse material apresenta a vantagem de ter como matéria-prima óxidos de grande abundância no Brasil. E a produção do material envolve técnicas e temperaturas normais de produção de materiais cerâmicos. Cadinhos são recipientes utilizados em operações químicas com elevadas temperaturas. Processos como o de fusão de fibras ópticas dependem destes recipientes, pois o vidro é fundido no cadinho e esticado de modo que, após o resfriamento, a fibra esteja formada. Esse processo exige altas temperaturas, o material desenvolvido pelo grupo resiste à cerca de 1200°C, e também apresenta alta resistividade a choques térmicos. O cadinho de SnO2 também pode ser usado no processo de crescimento de cristais semi-condutores, que representam um processo muito importante, pois existem algumas propriedades que só podem ser obtidas através da utilização de mono-cristais. A partir do fato de que o óxido de estanho apresenta uma alta resistência química, não reagindo com o material a ser fundido no recipiente, o grupo desenvolveu um método de torná-lo mais denso, uma vez que o material sendo muito poroso, poderia deixar o líquido que estivesse sendo aquecido sair pelos poros do mesmo. Eles encontraram dois dopantes, que permanecem em solução sólida após sinterização (evitando contaminações), e realizaram o processo conhecido como densificação, ou seja tornam o óxido mais denso, fechando os poros do material. Do processo de produção até a patente, foram quatro anos de pesquisa, que terminaram no final de 2002. O registro da patente "Processo de obtenção de cerâmicas densas, produto resultante e uso das mesmas" foi feito pelo Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (Nuplitec) da FAPESP - PI0203586-3. Ainda não é feita a produção comercial desses cadinhos de SnO2. Mas os cadinhos desenvolvidos pelo grupo já são usados para produção de dispositivos contendo óxidos de chumbo e na fusão de vidros especiais. A pesquisa envolveu 15 pesquisadores de três laboratórios, que fazem parte do CMDMC, o Laboratório Interdisciplinar em Eletroquímica e Cerâmica (Liec) do IQ, o Departamento de Química da UFSCar e o Instituto de Física de São Carlos da USP, incluindo os professores José Arana Varela e Leinig Antonio Perazolli, ambos do Instituto de Química. |
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