OPINIÃO - Radio é audiência

Por João Moretti*

RádioO que podemos chamar de rádio diante das inovações tecnológicas ao completar 80 anos de existência? Comemorado no dia 25 de setembro, em homenagem a Roquete Pinto, considerado pai do rádio no Brasil as oito décadas sustentaram o veículo como ponto de partida para avanços e transformações na comunicação de massa.

A revolução multimídia proporcionou modificações absolutas ao meio misturando conceitos, emergindo idéias e mexendo bruscamente com a criatividade daqueles que ainda são fiéis a esse veículo. Face às alterações tecnológicas descaracterizaram ou serviram de suporte para elevar o conceito do rádio propiciando rapidez na agilização da comunicação, com ganho significativo de velocidade na informação irradiada.

O jornalismo impresso atua como uma forma de gravar a história, no rádio ouvimos a evolução dos acontecimentos de maneira criativa e detalhista que trava uma batalha pela audiência e a fidelidade dos ouvintes se consolida pelo dinamismo e entretenimento.

Nos últimos tempos vimos modelos de radiodifusão desabarem, como a formação de redes com geradora retransmitindo para dezenas de emissoras afiliadas, promovendo uma imposição vertical e unilateral. O ouvinte fiel ao rádio, aquele do interior, muitas vezes chamado de "caipira" não suporta imposições, se sente integrado e interage, pois participa e contextualiza o cotidiano.

O rádio não deixa escapar fatos polêmicos, a propagação da informação torna-se voraz perante o público, ocasiona a consciência opinativa das pessoas que costumam ouvir. A forma com que a velocidade da informação é disponibilizada, pelo aspecto tecnológico, talvez seja a força motriz para resultar em audiência e credibilidade interpelada entre ouvinte e emissor, envolvidos com a comunicação da sua localidade.

A audiência demonstra os propósitos do rádio, fala o idioma da cidade, aponta erros daqueles que não estão atentos a uma parcela minoritária da população ou a pequenos detalhes da cidade. É pura prestação de serviços em benefício da uma coletividade.

Infelizmente, pela primeira vez na história, o número de domicílios com televisor (89%), ultrapassou o total de moradias em que se encontra o rádio com (88%) em 2001. As razões desses dados levam a uma reflexão, merecem análise e pesquisas futuras.

A verdade é que o veículo se prolifera, diminuindo o tamanho e a distância em sentido lato e disponibiliza oportunidades aos jovens de várias idades, mesmo aos universitários que procuram praticar o aprendizado oferecido pelas universidades. Portanto, rádio é audiência.

A companhia do rádio, faz com que as transformações na comunicação possam reunir novas gerações, com atenção de quem fala com maturidade e, ao mesmo tempo, com a jovialidade aos oitenta anos.

João Moretti Jr. é Jornalista e Radialista, Mestrando em Comunicação Midiática pela Faac/Unesp.


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