Inserção, sociabilização e valorização. Estes são alguns dos objetivos que o Núcleo Unesp/Unati do campus de Botucatu procura atingir. Trata-se do projeto sênior Universidade Aberta à Terceira Idade, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão Universitária - Proex, através do Programa de Integração Social e Comunitária - PISC.

O Núcleo Unesp/Unati congrega professores, alunos, servidores técnico-administrativos e pesquisadores da Unesp e demais interessados em participar do projeto. Em Botucatu, o coordenador do núcleo é o professor Felisberto Camargo Addison, do Instituto de Biociências, e tem a colaboração das docentes Izabel de Carvalho, da Faculdade de Ciências Agronômicas, Michiko Sakate, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, e Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira, da Faculdade de Medicina.

Segundo professor Addison, o núcleo tem como objetivo desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão ligadas às questões concernentes ao processo de envelhecimento. Em outras palavras, trata-se de inserir pessoas com mais de 60 anos no ambiente da universidade e, através de cursos, palestras e outras atividades em geral dados pelos professores, funcionários e alunos da Unesp, permitir que estas pessoas desenvolvam habilidades até então desconhecidas, ou, que não tiveram a oportunidade de desenvolvê-las.

Um exemplo disso é o curso que está sendo dado por prof. Felisberto, "Orçamento Familiar com o Computador: controlando seus gastos conforme seu salário", no Laboratório Didático de Informática do Departamento de Bioestatística do Instituto de Biociências de Botucatu.

Para Addison, embora alguns dos alunos tenham computador em casa, a maioria sequer sabia como ligá-lo. "Uma aluna me disse que não a deixavam chegar perto do computador, pois temiam que ela fosse quebrá-lo. Agora, outro dia ela contou que deixou o neto surpreso quando a viu mexendo no computador e, melhor, sabendo mexer", conta.

Inclusão social

Seguindo um dos tripés da universidade, a extensão, o projeto procura valorizar o idoso e possibilitar sua inclusão na universidade, como meio de ampliação do espaço cultural e também através de um processo de educação continuada com cursos e atividades que propiciem a atualização de conhecimentos, tanto gerais como específicos, e que atendam aos interesses da terceira idade.

O projeto ainda tem como metas o estímulo à participação da população da Terceira Idade nas atividades sociais, políticas, econômicas e culturais da sua comunidade, oferecendo informações que possam ajudá-los a refletir sobre o processo de envelhecimento, proporcionando espaço que permita a convivência e a troca de experiências e oferecendo serviços e recursos que atendam a seus interesses e necessidades.

O professor Addison, que ministra o curso sobre orçamento familiar com o computador, fala com entusiasmo sobre a experiência que está tendo. "Há uma confraternização entre eles, uma socialização. Eles conversam, trocam idéias, sentem-se úteis e capazes. Tudo isso é gratificante", revela.

Este ano, já está programado o curso "Aprendendo e Brincando com o Computador", em que os alunos aprenderão algumas noções de Windows, Word, Excel e Internet, trabalhando com assuntos que lhes interessam.

Outros temas de interesse dos alunos são: informática, Internet, nutrição, cuidados à saúde de pequenos animais, paisagismo, cultivo de bonsai, cultivo de horta, cuidados básicos de enfermagem, atualização em temas políticos e econômicos, artes cênicas, artes plásticas, línguas (espanhol e inglês), fotografia, preparação para a aposentadoria, pintura, tabagismo, direitos dos idosos, danças e expressão corporal, ginástica, problemas relacionados a automedicação, teatro, artesanato, o envelhecer, osteoporose, excursão, fórum do idoso e participar de jogos regionais e estadual do idoso.

Participam também da Universidade Aberta à Terceira Idade os campi de Araraquara, Assis, Bauru, Franca, Guaratinguetá, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, São José do Rio Preto, Instituto de Artes da São Paulo e Reitoria da Unesp.