Especial: Professores sociais

Uma mulher de sucesso

Conheça um pouco mais sobre os projetos sociais
que a professora Gislene Santos desenvolve dentro e fora da universidade


Por João Paulo do Nascimento

Docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, campus de Presidente Prudente, desde 1998, a professora doutora Gislene Santos é formada em Filosofia pela USP e especializada em Epstemologia pela UNICAMP. Na Universidade de São Paulo também realizou seu Mestrado e Doutorado. Estagiou na Michigan State University e está prestes a iniciar seu pós-Doutorado na University of London, na Inglaterra.

Profa. Dra. Gislene Santos - Coordenadora do NUPEA docente destaca-se no meio acadêmico por desenvolver trabalhos com grande impacto social no público externo.Atualmente, é coordenadora do Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão (NUPE) e editora-chefe da revista Ethnos Brasil. O NUPE congrega professores, pesquisadores e alunos, visando desenvolver e estimular atividades de extensão e de pesquisa sobre temas atinentes à questão do negro.

Os principais objetivos deste grupo é internalizar na UNESP o estudo, a pesquisa e o debate sobre a temática do negro; gerar conhecimento novo e relevante sobre questões relativas ao negro; divulgar por meio de publicações, eventos e internet os conhecimentos gerados em decorrência do Projeto e promover o intercâmbio de âmbito nacional e internacional com outras instituições. "Além disso, o NUPE garante o acesso dos pesquisadores e/ou interessados à produção científica sobre a temática do negro, de modo que sempre haja um vínculo entre as atividades de pesquisa realizadas dentro da universidade e sua extensão à comunidade externa", aponta Gislene.

Além da revista Ethnos Brasil, que, segundo ela, funciona como "a expressão acadêmica do diálogo desenvolvido entre universidade e sociedade", a professora, por meio do NUPE, foi a pioneira na realização do projeto "Pluralidade Cultural", desenvolvido ao longo de 2001 na cidade de Presidente Prudente e depois estendido para as cidades de Marilia, Franca, Araraquara e Bauru.

O "Pluralidade Cultural" consiste num levantamento realizado junto às delegacias de ensino e escolas municipais para saber quais são as dificuldades que os professores da rede pública teriam para discutir os Parâmetros Curriculares Nacionais no que diz respeito a pluralidade cultural brasileira. "Com o trabalho de dois bolsistas de extensão universitária, contatou-se que, por mais que os professores tivessem dificuldades cotidianas para discutir e trabalhar em sala de aula com os temas pluralidade cultural, racismo e etnias, essas dificuldades não chegam as instâncias administrativas como se não existissem", afirma Gislene.

Outro passo decisivo dela foi uma reunião realizada entre os executores do projeto e os professores da rede pública, com o objetivo de construir de um material didático adequado ao cotidiano local, a fim de tratar as questões referentes a pluralidade cultural. Hoje o projeto passa pelo seu segundo ano, aliando um serviço prestado a comunidade externa a uma modificação e uma reconstrução da própria universidade. "A universidade não está descolada da sociedade. Ela interage inevitavelmente com a sociedade. Partindo disso, tudo que é produzido na universidade tem impacto no mundo exterior", explica a professora.

"Porém, a universidade tem algumas funções específicas, dentre as quais a fundamental é possibilitar o pensamento, o conhecimento, a cultura. Um projeto social não é só dar assistência no meio externo, mas sim possibilitar a produção de conhecimento no espaço acadêmico por meio de uma interferência externa, proporcionando a transformação da própria sociedade", ressalta Gislene.


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