O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os reitores das universidades estaduais paulistas, José Carlos de Souza Trindade, da UNESP (Universidade Estadual Paulista), Adolf José Melfi, da USP (Universidade de São Paulo), e Carlos Henrique de Brito, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), anunciaram a criação de novas vagas, cursos e campus, já para o próximo vestibular, totalizando um investimento da ordem de R$ 67 milhões.

O evento foi realizado no Palácio dos Bandeirantes, no Auditório Ulysses Guimarães, no dia 21 de junho, e contou com a presença de mais de mil pessoas, entre prefeitos, vereadores, professores e acadêmicos, além de autoridades governamentais do Legislativo e Executivo.

A Unesp foi a instituição mais beneficiada, pois anunciou o maior número de vagas para o ano que vem, num total de 650, sendo que 500 destas serão voltadas para 15 novos cursos em oito cidades do Estado.

A universidade recebeu, somente para este projeto, R$ 30 milhões do Estado e mais R$ 6 milhões provenientes do governo federal. "O nosso Conselho Universitário (CO) já aprovou, quanto ao mérito, a criação de novos campus. Para tanto, o CO designou uma comissão que está finalizando um estudo aprofundado de 120 dias de trabalho sobre a viabilidade da instalação dos novos campus. As cidades de Registro, Sorocaba, Iperó, Ourinhos, Itapeva, Tupã, Dracena e Rosana, de acordo com este levantamento, poderão ser as sedes dessas unidades", informa o reitor José Carlos Souza Trindade. "A idéia é implantar cursos que atendam as necessidades específicas de cada região, levando-se em conta a vocação destas cidades", explica Trindade.

Na ocasião, o reitor da Unesp anunciou também a implantação do projeto Pedagogia-Cidadã, que visa formar 40 mil professores municipais em todo o Estado de São Paulo que já estão em atuação, mas não possuem curso superior. A iniciativa atende a uma exigência da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que estabelece que, até 2007, todos os professores devem possuir diploma de nível superior.

O investimento previsto pelo governo estadual para o projeto é de R$ 17 milhões. Para tanto, foram firmadas parcerias com prefeitos de 136 municípios paulistas para a viabilização do programa. "O primeiro processo seletivo classificatório será em agosto e as aulas começam já em setembro. Pretendemos formar nove mil professores até 2004, para, ao final de 2007, atingirmos os 40 mil professores", diz o reitor. "Para se ter uma idéia da magnitude deste projeto, a média brasileira para formar 40 mil professores é de 115 anos. E nós vamos fazer em apenas cinco", ressalta Trindade.

Na USP, que hoje possui cerca de 69 mil alunos, entre a graduação e pós, a ampliação de vagas se dará nos 12 cursos novos (390 novas vagas) que serão criados, e nos já existentes (outras 125). Destas, 100 novas vagas vão para Meteorologia, licenciatura e bacharelado em Química e bacharelado em Geografia e em Geofísica. Os campus de Pirassununga, São Carlos e Ribeirão Preto também terão aumento no número de alunos a partir de 2003. Além disso, a Faculdade de Engenharia Química de Lorena será transferida para a USP. Segundo Adolf Melfi, nos próximos quatro anos também serão abertas vagas para o preenchimento de cargos de professor por meio de concurso público. "A previsão é de que sejam abertas 30 vagas", afirma o reitor.

Na universidade de Campinas, serão criadas 495 novas vagas este ano. "Desde 1995, houve um aumento de 50% nas vagas de vestibular. Saltamos de 1990 vagas para 3000 no último vestibular", afirma Brito, reitor da Unicamp. Entre os cursos beneficiados com aumento de vagas estão fonoaudiologia, enfermagem, biologia e controle de automação. Será criado ainda o curso de Tecnologia de Informática no campus de Limeira. Para abrigar os novos alunos e cursos, o reitor explica que serão criadas novas salas de aula, que as já existentes serão ampliadas e que durante este ano ainda, devem ser abertas 20 vagas para professor.

"Esta expansão é um marco na história do Estado de São Paulo, já que há uma carência de vagas nas instituições públicas. A parceria entre o governo estadual e as três universidades públicas inicia uma nova fase, uma fase de avanços contínuos em prol do aprimoramento do ensino público do Estado, em todos os âmbitos. Além da expansão de vagas, o projeto Pedagogia-Cidadã será uma ferramenta para fortalecermos qualitativamente a base de toda a Educação do Estado. E o aluno é maior beneficiado, porque terá melhores professores", aponta Alckmin.

"Além disso, este programa de expansão, na verdade, é a realização de sonho. Imaginem o grande avanço que é a instalação de uma universidade pública em regiões como o Vale do Ribeira e o Pontal do Paranapanema, por exemplo. É algo incomensurável no aspecto dos benefícios para estas regiões e, conseqüentemente, para o Estado. Tais projetos não têm a visibilidade dos viadutos e dos monumentos, mas, sem dúvida nenhuma, estamos semeando um futuro promissor e de grandes conquistas", finaliza o governador.