novas exigências do mercado de trabalho
Em
entrevista ao jornal da Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), o Prof.
Dr. Luiz Carlos Vulcano, diretor da faculdade, fala sobre o início
da sua administração, programas de extensão e explica
as reformas nos currículos dos cursos de veterinária e zootecnia.
Que balanço o sr. faz do primeiro ano da sua gestão?
Acho que o saldo é positivo. Conseguimos em trabalho conjunto com o presidente do CRMV-SP, o Prof. Dr. José Alberto Silveira, a regulamentação da residência em Medicina Veterinária no Brasil, junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária, uma modalidade de ensino de pós-graduação profissionalizante que vinha sendo desenvolvida por esta faculdade, de forma pioneira, desde 1972. Finalizamos o processo de restruturação curricular da Zootecnia, que ocorreu graças ao dinamismo, dedicação e empenho da coordenadora do curso, professora Ana Silvia Meira e do professor Silveira. A reforma vai permitir a ampliação do número de vagas para o curso de Zootecnia em 2003, de 40 para 60 vagas.
Quais foram os objetivos da reforma curricular da zootecnia?
Introduzir as inovações necessárias para adequar o currículo do curso, elaborado há pelo menos 25 anos, à realidade do século 21. Foi inspirada nos princípios que norteiam as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação Superior em Ciências Agrárias, da Secretaria do Ensino Superior (SESu) do MEC.
Baseia-se na premissa de que é preciso estimular o aluno a buscar soluções sozinho e a tomar decisões, assumindo papel ativo no processo de aprendizado. Para isso haverá uma variedade mais ampla de atividades que valorizem a formação universitária e criem oportunidades para a participação nos projetos de pesquisa e extensão da Universidade.
Com o objetivo de trazer disciplinas de conteúdos profissionalizantes para os semestres iniciais, aumentando o interesse dos alunos e mostrando a aplicação de conteúdos aos objetivos do curso, propõe-se o desdobramento da disciplina de Introdução à Zootecnia, atualmente oferecida no primeiro semestre do Curso, para quatro disciplinas (Introdução à Zootecnia I e II e Seminários Aplicados à Zootecnia I e II, oferecidas uma a cada semestre, nos dois primeiros anos do curso.
Para ajudar a superar a deficiência dos acadêmicos na leitura, interpretação e escrita de texto incluiu-se na proposta a disciplina de Subsídios à leitura e escrita de textos acadêmicos a ser ministrada pelo Departamento de Educação do Instituto de Biociências.
Seguindo-se aos conteúdos básicos e profissionalizantes obrigatórios, possibilita-se a escolha de disciplinas com conteúdos profissionalizantes específicos, que melhor atendam os interesses individuais e a diversidade de nichos existentes no mercado de trabalho do zootecnista. A existência destas disciplinas optativas vai propiciar ao Curso de Zootecnia maior agilidade para acompanhar a evolução do mercado de trabalho.
Pretende-se o oferecimento de disciplinas em horários alternativos para facilitar a progressão de alunos reprovados em disciplinas básicas. Esta reprovação, ainda que em apenas uma disciplina, é responsável pela retenção do aluno por até um ano e vem sendo apontada uma das possíveis causas de evasão no curso.
O currículo do curso de veterinária também será modificado para adapta-lo às novas exigências do mercado?
O currículo da veterinária ainda atende bem as necessidades do mercado, proporcionando uma base sólida de conhecimentos gerais, permitindo a sua especialização posteriormente. Mas devemos adequá-lo às novas necessidades do mercado, decorrentes de tecnologias que emergem dentro de nossa área de atuação.
Nomeamos uma comissão presidida pelo professor Papa para estudar propostas para a reestruturação curricular da veterinária que, sem perder de vista a formação generalista, venha a dinamizar o nosso currículo, reestruturar o conteúdo programático das disciplinas existentes e criar novas disciplinas optativas.
Além do Hospital Veterinário que outros programas de extensão a FMVZ realiza?
A FMVZ oferece uma gama de serviços de extensão aos produtores rurais de nossa região em todas as especialidades de atuação da veterinária e da zootecnia. Apenas para citar um deles, neste ano, estamos desenvolvendo através da disciplina de Saúde Animal e Veterinária Preventiva, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, um programa de educação continuada dos pecuaristas da nossa região.
O intuito é conscientizar os criadores sobre a importância das vacinas no controle das doenças dos animais, e os esclarecimentos técnicos necessários na aplicação e conservação das vacinas.
Como tem sido o desempenho da FMVZ em avaliações como do CAPES e do MEC?
Aprimorar a qualidade de formação sempre foi e será nosso objetivo maior. Isso refletiu-se no Provão (Exame Nacional de Cursos) onde obtivemos um tríplice A, para o curso de Medicina Veterinária. Agora inicia-se a avaliação da Zootecnia que com certeza obterá o mesmo feito. Também nossos cursos de pós-graduação, tanto da Veterinária como da Zootecnia se encontram entre os melhores do país, na última avaliação da CAPES.
O Sr. acha que as avaliações contribuem para a melhoria da qualidade de ensino?
Não tenho dúvida. Elas nos permitem detectar as possíveis falhas e distorções que possam estar ocorrendo na formação dos alunos e corrigir o que for necessário.