Um momento de reflexão e uma visão otimista para o futuro. Foi com este intuito que mais de mil pessoas, entre professores, alunos e servidores técnico-administrativos, comemoraram os 25 anos de vida da Unesp. A solenidade aconteceu no dia 3 de dezembro, no Auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina, em São Paulo, com direito a vestes talares, borla e capelo - o traje acadêmico de gala -, com cores representando as várias áreas do conhecimento.

Para prestigiar o Jubileu de Prata, estiveram na cerimônia autoridades do meio acadêmico, do governo estadual e da própria Unesp, como secretários de Estado, prefeitos e reitores de várias universidades. A mesa que coordenou a cerimônia foi composta pelo Reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade, pelo Vice-Reitor, Paulo Cezar Razuk, pelo Pró-Reitor de Extensão Universitária, Benedito Barraviera, pelo Pró-Reitor de Graduação, Wilson Galhego, pelo Pró-Reitor de Administração, Roberto Bazili, e pelo Secretário Geral, Osvaldo Aulino, além do Secretário de Ciência Tecnologia e Desenvolvimento Social do Estado, Rui Altenfelder, da Secretária de Educação, Rose Neubauer, do Reitor da Usp, Adolfo José Melfi, e do Reitor da Unicamp, Hermano Tavares.

A solenidade teve início com a apresentação de Domingos Aves Meira, professor-titular da Faculdade de Medicina, câmpus de Botucatu. Meira possui mais de 30 anos de prestação de serviços à Unesp e é parte viva da história da universidade. Ingressou, em 1967, na então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMB) e, no ano seguinte, foi o eleito o primeiro diretor do Hospital das Clínicas da cidade. E, a partir daí, foram três décadas de muita dedicação e trabalho.

Em seu discurso no Jubileu de Prata da Unesp, o professor Meira fez um levantamento histórico de como nasceram as unidades isoladas e de como elas se tornaram partes integrantes da Unesp. "A primeira instituição isolada de ensino superior foi a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara, criada em 1923", lembrou Meira. "Nesta trajetória, o ano de 1957 foi um marco, pois foram criadas, quase que ao mesmo tempo, mais seis faculdades".

Entretanto, elas compunham a então Coordenadoria de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Cesesp). Foi só em 1976, depois de muitas discussões, que a Unesp foi instituída, agregando assim todas as instituições da antiga Cesesp. E, a partir daí, a universidade ganhou força e galgou espaços importantes no meio acadêmico nacional", explicou.

Em seguida, os convidados tiveram um momento de descontração com a execução da música "Águas de Março", de Tom Jobim, pela Orquestra de Câmara da Unesp, do Instituto de Artes, câmpus de São Paulo, com arranjo especial do violonista Giácomo Bortoloni e regência do maestro Carlos Kaminski.

Excepcionalmente para o Jubileu de Prata, foi realizada uma sessão solene extraordinária do Conselho Universitário, momento em que se outorgou o título de Professor Emérito ao professor Tetuo Okamoto e o título de Doutor "Honoris causa" ao professor Celso Furtado.

Os ex-reitores da Unesp e mais 400 profissionais da instituição, entre docentes e servidores técnico-administrativos, também receberam homenagem dos organizadores do evento, como forma de reconhecimento pelo trabalho prestado ao longo dos anos.

Ao final das homenagens, a Orquestra de Câmara exibiu o Hino do Jubileu de Prata, especialmente composto para a solenidade, com letra de Júlio Bellodi e música de Edmundo Villani Cortês.

O Reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade, em seu discurso, falou sobre a importância desta data e fez um apanhado de alguns de seus principais programas desenvolvidos no primeiro ano de sua gestão. "Esta é uma data especial para toda a comunidade unespiana, já que cada um de nós exerceu e exerce um papel fundamental em sua história. Formamos uma grande família e somos todos responsáveis pelas conquistas obtidas ao longo dos anos, cada um com sua participação e importância", afirmou Trindade.

"Os 25 anos de sucesso da Unesp, na verdade, é um marco, onde firma-se, a partir deste momento, um compromisso contínuo de comportamento ético, de respeito e de desenvolvimento. É uma satisfação muito grande comemorar o Jubileu de Prata em meu primeiro ano de gestão e fica, daqui para frente, a responsabilidade da busca contínua pela qualidade, pelo aprimoramento do ensino, da pesquisa e da extensão", disse.

Para Trindade, o primeiro ano de sua gestão foi muito produtivo. "Nestes primeiros doze meses, além de dar continuidade aos projetos já existentes, conseguimos implantar uma série de programas que estão surtindo efeitos positivos interna e externamente. Dentre eles, destacam-se o aumento do número de vagas, criação de novos cursos e novos câmpus, ampliação do corpo docente, lançamento do programa Pedagogia Cidadã e do Adote um Aluno, e, principalmente, o ingresso no Ensino a Distância, além de programas de avaliação institucional, de descentralização administrativa e de investimento em recursos humanos e informática", explicou o Reitor.

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social de São Paulo, Rui Altenfelder, falou, entre outras coisas, das características que diferem a Unesp das demais instituições de ensino. "A Unesp, eminentemente vocacionada para o Interior, é a experiência mais bem-sucedida de instituição multi-câmpus. É um modelo de descentralização e organização a ser seguido", comentou. "É uma universidade de ponta e compromissada com a democratização do conhecimento em nosso País. Exerce um papel fundamental no desenvolvimento social do Estado de São Paulo e, conseqüentemente, do Brasil. Junto com as irmãs Usp e Unicamp, a Unesp integra o mais forte sistema de ensino superior do País", apontou o secretário.

Ao final do evento, os organizadores aproveitaram para distribuir duas publicações que refletem o momento que a Unesp vive. Trata-se do "25 anos da Unesp sob o olhar da imprensa" e "Leituras do Brasil". Também foi oferecido um coquetel aos convidados, que brindaram com vinhos italianos o sucesso da Unesp ao longo dos 25 anos de vida. Foi uma mistura de sensação de dever cumprido com a responsabilidade de manter e melhorar a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.