Projeto inovador estuda clima e plantas em regiões tropicais

Proposta, aprovada pela Fapesp, inclui uso de imagens obtidas por veículos não tripulados

29/08/2013, 00:10 por: Assessoria de Comunicação e Impresa, com informações da Revista Pesquisa Fapesp

Torre com 18 metros de altura e cãmera digital são instaladas em Itirapina, no cerrado paulista
Imagem: Laboratório de Fenologia/Unesp

Um dos ramos mais antigos das ciências naturais, a fenologia consiste no estudo dos eventos cíclicos de plantas e animais e sua relação com o clima. ?É um trabalho artesanal que começa com a marcação de árvores no campo e depois todos os meses a observação do aparecimento de folhas, botões, flores e frutos?, diz a professora Patrícia Morellato, coordenadora do Laboratório de Fenologia do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro, para a Revista Pesquisa Fapesp.

Na fenologia tradicional, os dados coletados são relacionados com a dispersão de sementes por animais frugívoros ou insetos polinizadores que usam recursos florais. Para ir mais além e analisar a influência do clima nas plantas, é preciso um estudo sistemático de campo que leva, em média, de três a cinco anos.

?É um trabalho cansativo, que envolve várias pessoas durante um bom período de tempo?, diz Patrícia, que desde 2010 coordena um projeto inovador de fenologia remota em áreas tropicais, chamado de e-fenologia, financiado pela Fapesp e Microsoft Research Institute.

Além de uma câmera digital instalada no topo de uma torre a 18 metros do solo em área de cerrado em Itirapina, no interior de São Paulo, softwares e outras ferramentas foram desenvolvidos para a observação remota e a análise das informações coletadas. São parceiros no projeto o laboratório de Fenologia da Unesp de Rio Claro e o laboratório Reasoning for Complex Data (Recod) do Instituto de Computação da Unicamp, onde atua o professor Ricardo Torres, que também participa da pesquisa.

A partir de agosto cinco câmeras serão instaladas em diferentes vegetações, como campo, cerrado, caatinga, floresta semidecidual e mata atlântica. ?Vamos fazer um estudo para avaliar quanto fica o valor do monitoramento remoto de fenologia em diferentes tipos de vegetação em comparação com a observação tradicional?, diz Torres.

A proposta dos pesquisadores para uma nova fase do projeto, uma extensão do atual, é usar imagens obtidas a partir de aviões não tripulados, os Vants, para cobrir uma área bem maior de vegetação. ?Queremos levantar novas questões para analisar o impacto de mudanças climáticas nas florestas de regiões tropicais?, diz Torres. O projeto abriu o campo de pesquisas em fenologia remota de áreas tropicais na América do Sul. ?Não há muitas câmeras nos trópicos e nenhuma publicação sobre o assunto até o momento?, diz Patrícia.

Leia matéria completa escrita por Dinorah Ereno na Revista Pesquisa Fapesp de agosto de 2013
http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/08/13/observacao-remota/

Veja link de pequeno filme produzido pela FAPESP Microsoft sobre o projeto e-phenology
http://research.microsoft.com/apps/video/dl.aspx?id=196350

A professora Patrícia informa ainda que e-phenology continua, já que a equipe que coordena foi selecionada, em julho, na 6ª Chamada de Propostas de pesquisa, lançada em dezembro de 2012, no âmbito do Instituto Virtual de Pesquisas FAPESP-Microsoft Research, mantido pelas instituições.

O objetivo da chamada é explorar as aplicações da Ciência da Computação aos desafios de pesquisa básica, em áreas relacionadas a Mudanças Climáticas e outras disciplinas ligadas ao Meio Ambiente.

Leia mais em
http://www.fapesp.br/7930

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